6 de janeiro de 2020

O tempo que passou inspirado nas memórias afetivas que me trazem a canção : Astronauta de Mármore - Nenhum de Nós



Astronauta de  Mármore

Nenhum  de nós 

Uma canção maravilhosa que me faz voltar no tempo. 


Tempo em que eu era uma criança, tempo em que aventura era tocar a campainha das casas vizinhas e sair correndo. Tempo que que brincar era na rua e em que conversar com os amigos era na calçada de casa.

Tempo em que os abraços eram mais comuns e mais fortes também. Tempo em que as pessoas te visitavam para um café da tarde, sem pressa. Tempo em que no dia do seu aniversário seus amigos e familiares iam te dar os parabéns pessoalmente.

Tempo em que para telefonar usávamos o orelhão, juntávamos moedas pra comprar as tão almejadas fichas telefônicas. E quem disse que era fácil? Enfrentávamos fila, sempre tinha alguém na nossa frente, ou atrás de nós escutando a conversa. Neste mesmo tempo também juntávamos dinheiro para comprar filme da extinta Kodak pra colocarmos em nossas máquinas fotográficas e tirar fotos. Era uma ostentação poder comprar um filme de 36 poses e tínhamos que aguardar literalmente ansiosos para a "revelação" do filme, das fotos que levavam dias. Tempo em que o ensino na escola pública era algo natural, e em que tínhamos lá: ótima qualidade de ensino, merenda saborosa, amigos desinteressados, salgadinho da feira, apelidos divertidos.

Ah esse tempo bom, tão bom que carrego comigo em minhas memórias afetivas, com grande sabor e carinho. Parece que foi ontem, mas também parece que estou falando de um outro mundo ou de um filme de ficção. Um mundo que não existe mais e que dá a impressão hoje que nunca existiu. Mas sim, foi tudo real, adorável e inesquecível.

Um mundo que se estreitou e esfriou com a chegada das novas tecnologias.


Um mundo em que só quem viveu pode saber a diferença entre pesquisar seus trabalhos de escola na biblioteca ou na enciclopédia , comparado a buscar no Google.


Só quem viveu pra lembrar do cheiro do mimiógrafo na sala de aula e de escrever seu trabalho todo na folha de papel almaço e sendo muito chique colocando uma de sulfite na capa.


Ah, que saudades, que vontade de voltar no tempo e reviver tudo isso por alguns instantes.


Nestes momentos saudosos, busco em minha memória as marcas saudáveis dessa infância de uma geração que foi única e inconfundível e intensamente feliz !



https://www.youtube.com/watch?v=8rFXLeDTWys