10 de março de 2009

A professora de química



Ela se chamava Nazira. Acho que já começava ai o problema, esse nome meio que inconscientemente, a fazia lembrar de Hitler.
A adolescente ficava incomodada com aquela aula, com aquela professora, não podia ter outro nome? Um tanto mais simpático?
Nazira,convenhamos era estranho! Lembrava Nazismo... Mais estranho ainda era que Nazira era evangélica e tentava evangelizar os alunos antes de iniciar sua chatíssima aula de química.

A adolescente pensava: “deveria existir um pré-questionário antes de iniciar o colegial – perguntando, você pretende ser químico (a) ou exercer alguma atividade na vida em que isso seja pertinente? E apenas se a resposta fosse sim é que uma pessoa teria a necessidade de cursar essa matéria na opinião da adolescente: inútil”.

Mas vai ver, era culpa da Nazira, que não conseguia ser simpática nem tentando coitada ou da adolescente que tinha mais o que pensar do que se ocupar pensando em química enfim...
Todas as aulas da não simpática professora que lembrava o nazismo – começavam com uma “breve evangelização”. Ela colocava na lousa uma frase evangélica sempre antes de iniciar as aulas acho que para motivar os alunos... Grande motivação... pensava a garota.

E certa vez escreveu Nazira escreveu “Se Deus é por nós quem será contra nós” estava em algum lugar da bíblia que a adolescente não sabia dizer onde , mas estava, e o intuito da professora era “motivar” os alunos.
A garota não tinha nada contra evangélicos, mas tinha contra a professora. Talvez fosse por que ela não entendia a matéria de jeito nenhum e só tirava nota baixa e ficava todo bimestre com médias vermelhas. O que estava acontecendo? Ela prestava atenção em toda a aula! Odiava, mas prestava atenção. Estudava horas à tarde em casa na tentativa de ir um pouco melhor na próxima prova. E nada!

Certa vez Nazira a chamou para uma conversa a pior de todas, ou quem sabe a mais motivadora delas.
A professora explicou que como suas três primeiras médias do ano eram vermelhas , sua única salvação para não reprovar o ano seria fechar o último bimestre com “A”!
A??????? Foi essa a reação de desespero da garota que a essa altura já pensava:Mas eu não consigo tirar nem “C” como é que vou tirar um “A”?

Impossível a garota pensou – então já era! Já repeti- de ano! Poxa, mas que m......... só por causa dessa matéira? Não acredito ela pensou... isso não está acontecendo comigo!
Não é possível, mas aparentemente era possível, nossa o que fazer? Nada entregar para Deus quem sabe ele daria um jeito? Afinal se ele era por nós... quem seria...”

A garota voltou a si quando a professora, de repente disse em tom nada motivador: “então você já pode se considerar reprovada! Já saiba que isso é uma realidade irreversível.”
Mas espera ai! Como assim, irreversível, pensou a garota? Eu não tenho a chance de tirar “A”? Bem pelo visto a professora achava que não.

E lá se foi a garota, triste porém não derrotada, pois a partir do momento em que a professora declarou antes mesmo dela tentar, que ela já estaria reprovada, ela resolveu se vingar.
"Isso não vai ficar assim é desaforo demais me subestimar só por que todas as minhas notas anteriores haviam sido baixas" relfetiu ressentida.

A partir dali não haveria mais Sessão da Tarde, menos tempo seria gasto tomando sol, ou lendo revista femininas e as horas de estudo vespertino seriam aumentadas! Elas já existiam, mas pelo visto não estavam sendo suficientes e ela não deixaria uma Nazista qualquer, ops, quer dizer uma Nazira, qualquer falar com ela assim... Ela iria provar que era capaz!

Contratou uma amiga na época com fama de Cdf, escolheu a mais de todas o Top de linha das Cdf’s e ia para casa da amiga Cdf todas as tardes dia após dia , durante todo o mês que antecedia a próxima prova. A garota pediu segredo, não queria que ninguém soubesse que ela estava tendo aulas particulares, uma questão de ego. Enfim a gentil e inteligente amiga Cdf concordou.

Enquanto isso nas aulas Nazira provocava e dizia em alto e bom tom: “Tem gente aqui nessa classe que não passa nem por milagre”. A garota se remoía, sabia que aquilo era com ela, sabia que era pessoal, sabia....
Urgh!!! Mas que raiva, mas um “quê” de satisfação permeava as emoções da garota afinal sua vingança estava sendo preparada e era preciso lembrar: a vingança é um prato que se como frio! Por que será mesmo que esse ditado diz isso? Não importava a garota seguia em frente horas a fio só parando pra comer e estudando muito, muito pra tal prova de química.

Certa vez sua amiga Cdf lhe disse o seguinte: Você sabe fazer, você estuda. Acontece que você fica nervosa, pensando que não sabe na hora da prova... Por isso que você erra!
Poxa vida, a garota nunca havia pensado nisso... Bem que fazia sentido mesmo, pois ela prestava atenção nas aulas e estudava em casa. Podia não ser o dia inteiro, mas estudava, fazia os exercícios... Acertava enquanto treinava em casa e errava na hora da prova.... “Uhm e agora como é que não vou ficar nervosa? Pensava a garota que não era nada calma”.

O dia da vingança estava se aproximando, quer dizer o dia da prova. Sua amiga lhe dizia-toma um chá de camomila.
E a garota tomou foi uma nova decisão: “vou acreditar que eu sei por que na realidade eu sei mesmo! Eu estudei e ela vai ver só quem é que vai repetir o ano, me aguarde”.

O grande dia chegou, a garota estava quase tendo um treco, mas resolveu enganar seu cérebro. : “Vou fazer de conta que estou em casa fazendo exercício, é isso! É esse será o segredo do meu sucesso”!
E assim o fez e enquanto isso sua amiga de longe estava torcendo por ela, pois tinha acompanhado seu esforço e desejava que ela não pusesse tudo a perder pelo nervosismo.

Ela pegou a prova, leu olhou e pensou “eu sei fazer e estou em casa fazendo exercício”.
Alguns dias se passaram até a entrega da prova, pareciam intermináveis, momentos de pura tensão e ansiedade permearam a mente dela nesses dias. E o grande dia chegou, o dia da entrega da prova... Será que a vingança iria se concretizar? Será que havia conseguido?

Ao ser chamada para buscar sua prova quase não sentia suas pernas ao andar e antes de pegá-la em mãos ouviu a Nazira dizer: “Você conseguiu – eu não esperava mas você conseguiu! O que aconteceu? Viu só como é só se esforçar?

Que raiva, quer dizer, que felicidade! Ela havia conseguido! Que raiva da professora ter dito isso, mal sabia a professora, que para aquela garota as notas baixas de até então, não eram sinônimo de falta de esforço.
Bem, mas não importava, o que importava é que ela estava feliz da vida com sua prova nas mãos, com sua nota “A” em Química! O primeiro “A” em química da sua vida! E era isso que importava a alegria desse momento. Fruto do seu esforço! Ops, ou seria da sua calma no dia da prova? Seria a ajuda da sua amiga? Tudo junto?Ah também não importava...

O que importava mesmo é que não iria mais repetir de ano e que havia superado o seu medo de errar na prova, que iria voltar a tomar sol e ler suas revistas preferidas nas horas vagas. E que tinha tirado seu “A”. E quanto a ela a prova “Acho que vou fazer um quadro" pensou a garota feliz da vida”!