4 de janeiro de 2011

Ele não está TÃO a fim de você



Você é a exceção ou você é a regra?
É essa a dúvida que o Filme “Ele não está tão a fim de você” (2008), gera nas mulheres exemplificando que casos amorosos complicados que acabam em finais felizes, “são a exceção a regra”, assim como, o caso daquele paquera que desapareceu e depois ressurgiu querendo namorar, ou aquele relacionamento de anos de namoro que enfim virou casamento... ou o namorado ou marido que traiu apenas uma vez e tudo ficou bem no final para o casal... no contexto do filme, essas e outras situações amorosas aparentemente sem solução que se resolvem, são a exceção. Mas o enredo mostra principalmente de maneira divertida o porque aquele cara adorável com o qual você teve um encontro bacana (pra você!), nunca mais ligou?
Por que o cara não ligou no dia seguinte? Na semana seguinte? No mês seguinte? – será que alguma mulher em sã consciência espera tudo isso? 
 
Eis o questionamento de Gigi, a personagem principal do filme, porque ele não ligou? ( e acredito eu que não somente o dela, mas o da maioria das mulheres do planeta.. rs). Gigi, após um encontro com Connor, acaba conhecendo seu amigo Alex, que a leva de encontro ao misterioso universo da mente masculina, elucidando sobre essa dúvida tão cruel: por que eles somem?
Haverá algum motivo obscuro, uma desculpa plausível para um cara simplesmente sumir do mapa, sem ser o simples fato dele não estar afim de você? 

Alex afirma para Gigi, ao longo do filme, que não e lhe diz com claras letras, as quais as melhores amigas dela e as nossas, jamais teriam coragem de dizer:
“Quando um cara não te procura mais é por que ele não está a fim de você, não gosta de você”!
 
Simples assim ! Para Alex no filme rs... 

E uma resposta tão simples, para a mente feminina parece até algo impossível de se aceitar! E as mulheres de maneira graciosa, ou embaraçosa, buscam no filme e na vida real, as mais variadas respostas para explicar o sumiço; seria uma doença grave com ele ou na família? Um trauma de infância? Um problema financeiro, profissional, emocional? Será que ele está com medo de se envolver e se machucar? Tantas hipóteses criativas no maior estilo  holiwoodiano, e assim a vida imita a arte? Ou a arte imita a vida?
Para grande maioria da ala feminina, seja nas telas ou na vida real, tudo é mais fácil do que encarar a possível dura realidade: “ele não ligou por que não quis” ou “terminou por que não gosta mais”.
No filme as amigas de Gigi, lhe incentivam a continuar esperando ou não ficar chateada, pois “Ele pode estar viajando”, “Ele pode estar com algum problema sério” , “ Ele pode estar intimidado com a sua maturidade”, “Ele pode estar achando que você é muito pra ele”, etc...
E isso vale não somente em casos de primeiro encontro que não se transformam em segundo, mas também , para o caso daquele ficante que simplesmente desapareceu (aparentemente) do NADA. E quem nunca levou um perdido sem aviso prévio – rs... Que atire a primeira pedra.
O escritor Marcelo Rubens Paiva revela; “ A mulher quando termina, quer deixar o cara com a autoestima elevada, fala que ele é o máximo, que o problema é com ela. Já os homens desaparecem sabendo que a mulher é forte e consegue lidar com a dor”.
Para o psiquiatra Luiz Cuschnir; “ Os homens saem de uma relação sem dar explicações porque, para eles ter de se explicar implica em falar do que se sente e discorrer sobre sentimentos é algo que eles não dominam”.
*Com a palavra os homens:
“Quando desapareço é porque não quero conversar ... acho que a mulher vai sofrer muito mais, se eu contar o que me levou a desaparecer, ou terminar, prefiro sumir e deixar que ela pense que sou um cachorro”... Alex  Estudante 24 anos
“O desaparecimento é uma falta de coragem em explicar o que estou sentindo e prefiro que ela aceite o não do que fique correndo atrás”... Fernando Analista de Sistemas 35 anos 
“Homem não suporta ver mulher chorar e por isso prefere sumir do que falar a verdade na cara dela” Bruno vendedor 30 anos
“Um bom sumiço dispensa mil palavras. Uma mulher madura é capaz de entender o que o desaparecimento significa” Anderson Músico 38 anos
*Os nomes dos entrevistados foram trocados.
O “Happy End” – Mas e o final feliz?
No filme Gigi teve um final feliz, mas nem todas suas amigas que estavam envolvidas num relacionamento tiveram a mesma sorte e por isso a personagem encerra com uma interessante reflexão; 
*Entre muitas coisas que são ensinadas para nós quando garotas, uma delas, é que um dia... iremos conhecer um cara incrível e ser feliz para sempre! Todo filme e toda história de amor que ouvimos nos imploram para esperarmos por isso, para o final feliz... coisas como “a reviravolta no terceiro ato”, “ a declaração de amor inesperada”, “a exceção a regra”... 
E as vezes, focamos tanto em achar o nosso final feliz, que não aprendemos a ler os sinais; a diferença entre quem nos quer e quem não nos quer e entre quem irá permanecer na nossa vida e quem só está de passagem e irá nos deixar...
E talvez esse final feliz, tão almejado seja por um tempo apenas você sozinha, recolhendo os cacos e recomeçando mais uma vez. Ficando livre para algo melhor no futuro... Talvez também o “Happy End” seja apenas: “seguir em frente”! 

Ou quem sabe ainda o final feliz, seja saber que mesmo com ligações sem retorno, corações partidos, erros estúpidos e sinais mal interpretados, com toda vergonha ou constrangimento que isso possa ter causado, nunca perdemos a esperança...  
*trecho extraído do filme.