24 de abril de 2009

Soneto de Fidelidade



Vinícius de Moraes


De tudo ao meu amor serei atento Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto Que mesmo em face do maior encanto Dele se encante mais meu pensamento.


Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto E rir meu riso e derramar meu pranto Ao seu pesar ou seu contentamento


E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive Quem sabe a solidão, fim de quem ama Eu possa me dizer do amor (que tive) : Que não seja imortal, posto que é chama Mas que seja infinito enquanto dure.